8.1.15

Vazios

 
 
 
 
Afasta-se sob pretexto de um cigarro. Na carteira, mais alguns finos cilindros de papel, para erguer sempre que o espírito se ressinta do excesso de vacuidade. O seu vício não está na nicotina, mas na solidão que lhe cabe entre os dedos.

23.12.14


Segue farsante vida afora, replicando frente ao espelho os mais belos sorrisos dos mestres. E com a prática, já nem a mão duvida do nome que recria em rodapé.

17.12.14

Às vezes tem de ser


- Capitão, não devíamos dizer-lhes que o barco não tem combustível?
- Nah... É sorrir e acenar, rapazes, sorrir e acenar!

Madagáscar I, 2005.

16.12.14

Muita rede, pouco peixe.

"Porque cada um sofre com a ideia de desaparecer num universo indiferente, sem ser ouvido nem visto, e por essa razão quer, enquanto pode, transformar-se no seu próprio universo de palavras.

Quando um dia (muito em breve) todos os homens acordarem escritores, terá chegado o tempo da surdez e da incompreensão universais."

O Livro do Riso e do Esquecimento, Milan Kundera.
Estoril, 2014.

Soltei velas e parti. Precisava fazer meu mais mundo. Devagar e sem rumo, fui lançando âncoras nos pontos onde a memória pediu amarras